sábado, março 15, 2008

PSDB/Angra dos Reis (Finge que existe e nós fingimos que acreditamos)

Angra dos Reis, no litoral sul fluminense, já foi uma região de grandes nomes da política nacional. Raul Pompéia, Honório Lima, Padre Júlio Maria e tantos outros aí estão, registrados para a posteridade nos anais da história política deste país, especialmente na vigência da República, a nos lembrar que, fazer política, em Angra, já foi uma coisa séria. Já foi! Infelizmente, não é mais. Os chamados políticos atuais mudam de partido, de ideologia e de interesses como quem muda de camisa, todos os dias, para ser considerado uma pessoa higiênica...

Um dos partidos que sempre desempenhou um papel importante no cenário angrense foi o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).
O que está acontecendo com esse partido, atualmente?
Até há uns anos atrás, quatro para cinco, estava na mão de uma família que o usava como se fosse parte de uma loja de rações e insumos agrícolas. Isso acabou, não porque as executivas regionais ou a nacional do partido tenham tomado qualquer posição a respeito, mas porque a justiça acabou caindo de olho em cima do seu presidente, então secretário do governo e fuincionário de uma estatal. Fingindo que trabalhava nos dois locais e recebendo salários polpudos dos dois lados. Até hoje ninguém sabe o que aconteceu efetivamente porque ficou por isso mesmo. A prefeitura de Angra dispensou os serviços do umbíquo funcionário e a estatal esqueceu dele. Finalmente, diante das denúncias, a Regional do PSDB do Rio de Janeiro decidiu intervir no partido em Angra e acabou nomeando uma Comissão Provisória que se tornou definitiva com a realização da competente Convenção.
E, aí, começou mais uma saga para o partido. A despeito dos esforços de uma parte da Executiva municipal, um grupo influente e mais numeroso, à revelia da presidência da Executiva e do Diretório, estabeleceu um acordo esdrúxulo, impensável na época para quem tivesse bom senso, aliando-se ao PT, partido oposicionista de triste memória.
Não deu outra. O PT (e os seus aliados) perdeu feio nas eleições de 2004 para o grupo de Fernando Jordão, que se reelegeria com uma expressão esmagadora. Os candidatos a vereador que integraram a estranha aliança, até hoje não explicada pela então presidência da Regional do Rio, que a abençoou e apoiou, sentiram-se traídos ainda durante a campanha (todo o mundo sabe e já sabia na época, que o PT não dá nada para ninguém; apenas usa quem acredita em suas promessas e, depois, um chute na bunda está de bom tamanho). Muitos tucanos de Angra, diante da traição, sumiram do partido, mudaram de sigla, alguns até já faleceram.
Em 2007, tentando retomar o partido e reabilitá-lo, o grupo traído de 2004 esteve presente na Convenção. Mais uma vez, a presidência da Regional do Rio não cumpriu os Estatutos e, sumariamente, afastou todo o mundo, nomeando uma nova Provisória que, entretanto, caíu de pára-quedas no pobre e flagelado PSDB de Angra dos Reis. Por um lado, gente que nada tinha a ver com o partido nem com seu conteúdo programático, foi aglutinada em volta de um tucano há muitos anos ausente de Angra, embora aqui nascido e que foi nomeado interventor e presidente da Provisória, juntamente com um arrivista que já passou por uma dúzia de siglas e jamais saíu de onde o plantaram - uma vara torta que, impossivelmente, tenta produzir uma sombra direita, parece-nos. Sem alardes, sem anúnciar nada para ninguém que pudesse atrapalhar - apesar do grupo que se sentiu traído continuar lutando junto à Regional do Rio, sem sucesso, para que os estatutos do partido fossem cumpridos - realizaram uma Convenção e elegeram uma Executiva, um Diretório e todos os demais órgão estatutórios, devidamente homologados pelo Rio e pelo TRE, tentando ninguém sabe o que, embora haja quem garanta que se pretendia negociar com os sucessores de Fernando Jordão em 2008. Que coisa feia!
Na verdade, o que está acontecendo com o PSDB? Será que os responsáveis nacionais sabem? E aprovam? Já não duvidamos de nada, depois da farsa que está sendo, em Brasília, a CPI dos Cartões mCorporativos. Mas, para isso, é preciso que alguém responsável se manifeste.
E, sobretudeo, que venha a público explicar o que está acontecendo e por que é que o presidente do partido, em Angra, só larga seu refúgio eleitoral noutras plagas fluminenses de um em um ou dois em dois ou... sei lá, meses, para vir até à pérola da Costa Verde conduzir, realmente, os destinos do partido que aqui representa. E por que é que os filiados tucanos destas paragens jamais são informados da real e honrosa visita.
Há mais sobre o assunto e falaremos oportunamente!
Em tempo: O autor destas linhas fala com conhecimento de causa, uma vez que exerceu o cargo de presidente do partido em Angra durante quatro anos e meio.

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