quinta-feira, janeiro 08, 2009

MENOS DINHEIRO PARA TUCA JORDÃO

Antônio Reis

Jornalista

do Jornal A palavra, de Angra dos Reis

Edição 83

O prefeito eleito de Angra, Tuca Jordão, que neste momento trabalha com sua equipe de transição para assumir o governo municipal, não começa o seu mandato da melhor for,a.

A crise financeira, a catastrófica recessão mundial, acaba de atingir em cheio a pacata Angra dos Reis.

Um orçamento inicialmente previsto para ser gordo o bastante para permitir uma série de realizações bombásticas, algumas novas, outras em execução, armadas e estruturadas pelo prefeito cessante, Fernando Jordão, correm o risco de ficar no papel ou no estágio em que se encontram. A crise mundial atrapalhou tudo. A baixa súbita e acentuada do preço do barril de petróleo (de cerca de US$ 140 para pouco mais de US$ 70) reduz para quase a metade o valor dos royalties do petróleo. Além disso, como efeito direto da crise, as exportações dessa commodity foram também drasticamente reduzidas pelo terminal da Petrobrás. Isso significa muitos milhões de reais a menos entrando nos cofres do município e, como outra consequência, na capacidade do governo municipal em gerar novos investimentos e dar pleno prosseguimento aos que já estavam em curso. Por outro lado, a redução do orçamento municipal numa grandeza considerável, vai significar uma muito menor injeção de capital circulante no mercado, especialmente no comércio, a que trará algum desequilíbrio numa atividade já de si enfraquecida.

Tuca já se reuniu com outros prefeitos do estado em Petrópolis, discutindo os efeitos e medidas a serem tomadas. A decisão é a de pedir a parceria maior dos governos estadual e federal, especialmente no repasse de verbas para dar continuidade a projetos já em curso e outros já programados. Principalmente numa área bem carente do município, que é a do saneamento. Só um projeto já criado e aprovado por Fernando Jordão, que inclui o Frade e a despoluição da baía do Anil. Foi orçado em cerca de R$ 400 milhões.

Considerando que, neste momento, Executivo e Legislativo trabalham para aprovar um orçamento para 2009 pouco acima dos R$ 450 milhões, sem repasses e investimentos externos as coisas vão ficar difíceis para Tuca, ao menos nestes primeiros anos de governo.

Por outro lado, é fundamental um exugamento de gastos da prefeitura, redução de folha de pagamentos, o que significa a dispensa de muitos parasitas que por lá pululam e, nos planos de Tuca, a extinção de algumas secretarias. Outras, porém, que existiam e foram extintas, precisam ser recriadas, até por fusão com congêneres, criando-se mais super-intendências com chefes e técnicos responsáveis e competentes, além de responsabilizáveis pelos erros e desvios cometidos, que alberguem, por exemplo, não apenas a indústria naval e petróleo mas, indispensavelmente, o comércio e a indústria em geral.

Sobretudo, os secretários e outros chefes executivos devem ser escolhidos a dedo, por competência e não por compadrio ou acomodações políticas. E se alguns cargos já haviam sido prometidos, que se desprometam. A situação de hoje, a nível econômico-financeiro nacional e mundial é diferente da de alguns meses atrás e justifica tudo isso, para o bem do município e da região.

Angra precisa e merece isso. O que não merece é que ande para trás ou se atue com tibieza.

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