quarta-feira, junho 11, 2008

VIAÇÃO SENHOR DO BONFIM - CUSTO DE PASSAGEM SOBE E SERVIÇO PIORA

Antônio Reis
Jornalista


Referimos em nossa última postagem, que as coisas não estavam melhorando nos serviços ou desserviços prestados pela Viação Senhor do Bonfim, em Angra dos Reis, Costa Verde fluminense, e que voltaríamos ao assunto. Infelizmente, temos que cumprir a promessa por mais uma desagradável surpresa da empresa monopolista que explora esse serviço público nesta pérola da costa sul fluminense. É que, apesar das promessas recentes do nosso prefeito, o custa das passagens na Bonfim, subiu de novo. Era de R$ 2,00; passou para R$ 2,10. E o aumento aconteceu sem aviso prévio, sorrateiramente, pegando todo o mundo de surpresa, na madrugada do último domingo, dia 8. Teve gente que, desprevenida e porque o dinheiro, infelizmente, não abunda em seus bolsos, acabou nem viajando.
Quanto ao serviço prestado, esse, sim, piorou.
As linhas que coincidem com entrada e saída das crianças nas escolas continua sendo feito com um único carro, para elas e para os passageiros comuns, numerosos, levando à superlotação, especialmente de crianças bem pequenas, como acontece com quatro horários da linha da Banqueta, por exemplo. A escola primária do bairro, através dos professores, da direção e dos pais de alguns alunos, já cansou de pedir à empresa que coloque mais um carro nesses horários ou próximo deles, mas a Bonfim continua tratando todos com um desprezo olímpico, preocupada, apenas, em aumentar seus lucros – os funcionários recebem, pelo serviço árduo de muitas horas de labuta, um salário aviltante – as viaturas vão se degradando, sem a devida manutenção, como pode ser constatado por qualquer passageiro, os horários são desrespeitados, com o ônibus saindo do ponto inicial bem antes da hora estabelecida, levando os usuários a perder a viagem, os motoristas e cobradores são freqüentemente trocados por outros que desconhecem a linha, o percurso, ignoram o local dos pontos de parada, até porque muitos desses pontos, além de não estarem devidamente sinalizados, não raro estão encobertos pelo mato que cresce nas beiradas das estradas. Pontos são criados e extintos com freqüência, sem explicações e sem respeito pelos passageiros que, afinal, são quem enche os cofres da empresa. Um dia desses, para revolta dos passageiros, na linha da Banqueta, por exemplo, uma estrada sinuosa e perigosa, com diversas e benfazejas lombadas – que têm ajudado a que os acidentes não se multipliquem – um motorista novo e meio louco, além de não conhecer o percurso, achou que aquela era uma pista de autódromo. Percorria a estrada a uma velocidade desmedida, desrespeitando os pontos de parada, cuja localização também não conhecia e colocando dezenas e dezenas de crianças das escolas em risco de vida, pisava fundo no acelerador. De repente, uma lombada, que ele nem conhecia, uma batida violenta e uma das crianças, de uns cinco anos, aluno da Escola Orlando Gonçalves, no bairro, foi jogada violentamente contra os ferros de proteção à porta de saída, Uma pancada brutal e um fio de sangue escorrendo da boca do infeliz garoto. Nada de mais grave, dessa vez, além do susto e da dor da criança e da aflição da irmã mais velhinha que o acompanhava. O motorista pouco se preocupou. Apenas reduziu um pouco a velocidade, diante da gritaria irada dos passageiros. O cobrador, também novo no pedaço, saltou seu lugar, preocupado, e veio conferir o estrago. “Não foi nada de mais não. Pode seguir...”, gritou para o motorista. Nas verdade, o que tinha acontecido era, simplesmente, um caso de polícia!
A este ponto chegamos, diante do descaso de uma empresa monopolista que ilegalmente explora o serviço de transporte coletivo em Angra dos Reis, estado do Rio de Janeiro, para quem está esquecido...
E tudo isso diante da passividade da nossa prefeitura, que, diga-se de passagem, dispõe, até, de uma secretaria de transportes. Só não entendemos para quê...
Faz lembrar uma antiga canção popular que dizia, mais ou menos: “Mamãe, o Tonico me bateu. Deu uma pisada no meu pé e ainda por cima, mamaezinha, roubou meu picolé! E você não faz nada, mamãezinha?” Parte da população do populoso bairro está pensando seriamente em tomar medidas drásticas. Tomara quem sim. E aí? Como é que fica?

Um comentário:

carlos reis disse...

Pois é... e pensar que, por lei, a nossa cidade poderia ter 2 empresas de ônibus. Mas, então, porque não tem? O que acontece, que não sabemos, nos bastidores e que faz com qe sintamos na pele e no bolso, a falta de uma empresa a mais. Afinal, concorrência faz parte da vida e do mercado. Arrisco-me, até, a dizer que parece um monopólio...