terça-feira, junho 24, 2008

PMDB DE ANGRA DOS REIS EMPLACA SEU CANDIDATO

Antônio Reis
Jornalista do jornal A Palavra (de Angra dos Reis/litoral sul fluminense)

A 15 dias do início das campanhas eleitorais para as eleições municipais, a pérola da Costa Verde, Angra dos Reis, vive momentos de acirrada disputa na composição de suas chapas, majoritária e proporcional.
Três candidatos se perfilam no horizonte da provável eleição para prefeito. Tuca Jordão (PMDB), proposto e apoiado por Fernando Jordão (PMDB), atual prefeito no final do seu segundo mandato, com João Massad (DEM) como vice, Conceição Rabha (PT), vereadora e ex-vice do anterior prefeito, também do PT, partido que governou Angra durante 12 anos, até à vitória esmagadora de Jordão em 2000 (re-eleito também em 2004 com maioria sobre Lia Gama, igualmente do PT, partido que não deixou boas recordações no município), e Gediel de Castro (PDT), empresário da pesca e ainda sem muita expressão na maioria dos setores angrenses. João Massad (DEM), que chegou a ser indicado como candidato pelo seu partido, acabou recuando e reiterou seu apoio ao candidato de Fernando Jordão que, dessa forma, ganhou mais força e conta, agora, com o apoio de 15 partidos.
A história das indicações deste ano tem sido conturbada.
O PMDB saiu primeiro, com a pre-candidatura de um candidato virtualmente eleito, Bento Pousa Costa, ex-secretário de Integração Governamental do atual governo e, no dizer do próprio prefeito, seu braço direito e braço esquerdo, na realidade o grande idealizador e executor das obras e reformas estruturais, políticas, econômicas e sociais realizadas no município, que Fernando Jordão teve a ionteligência de estudar e aprovar. Depois, por pressão do governo do Estado (Sérgio Cabral, Picciani e outros líderes estaduais, aliados de Jordão), defenestrou Bento P. Costa e mudou sua indicação para Tuca Jordão, primo de Fernando e ex-secretário de Habitação. No caminho sempre esteve um outro pre-candidato forte e popular, ex-deputado estadual, também do PMDB, Aurélio Marques. Com um diretório rachado, Fernando Jordão, na verdade à frente do partido, conseguiu a intervenção estadual e logrou nomear toda uma comissão provisória de sua preferência, que afastou definitivamente o incômodo ex-deputado e seu vice em 2000. Finalmente, com o apoio declarado do candidato do DEM, João Massad, ele mesmo ex-chefe de gabinete de Fernando Jordão, o clima se pacificou, apesar da grita de Aurélio, que perdeu qualquer chance.
Quanto a Gediel de Castro, hoje líder do PDT, a estratégia que ele utilizou no PDT foi semelhante à que Jordão usou no PMDB. Intervenção, nomeação de uma comissão provisória da sua simpatia política e sua indicação definitiva para a candidatiura a prefeito. Não se pode dizer que suas chances sejam muitas, mas ele já se intitula o candidato da terceira via. Veremos.
Quanto ao PT, apersar da honestidade e sobriedade irrepreensíveis de Conceição Rabha, suas chances são vistas com reservas por muita gente, em especial por causa do passado pouco confortável do partido na região. Ela vem apoiada, até agora, pelo deputado federal Luiz Sérgio Nóbrega (o que, para muita gente, pode não ser uma ajuda) e por mais três ou quatro partidos de esquerda, sem muita expressão no município.
Fala-se, também, de uma candidatura pouco plausível de duas mulheres do PR: Neuza Nardelli, ex PT e vereadora e Vilma Teixeira, também vereadora e ex PSL, que seriam apoiadas por uma parcela de evangélicos da região. Neuza é uma batalhadora, competente e séria, mas pouco carismática porque está há muito tempo afastada das lides politicas e também carrega o estigma de ter sido petista; Vilma enfrenta rejeições muito fortes mas, em política e dependendo do apoio dos evangélicos, especialmente da IURD, a que pertence, tudo pode acontecer.
Quanto ao PSDB, hoje comandado não se sabe exatamente por quem, nada transpira, ninguém se manifesta. É lamentável. (A propósito, as nossas condolências sinceras à família de Fernando Henrique Cardoso, pelo falecimento de Dona Rute).
As próximas semanas poderão definir melhor o quadro político-eleitoral em Angra dos Reis.
Esperemos, pois.

Um comentário:

DOMINIKANO disse...

Antônio, muito sagaz sua descrição da trajetória política angrense recente. Muito necessário resgatar a identidade tucana em nosso município. Resgatar é maneira de dizer: fomentar isso. Trata-se de um elo Angra e 2010. Muitíssimo apropriado sua referência carinhosa a Dona Ruth. Confesso que eu mesmo me esqueci de mencioná-la em meu blog (http://robsonsantosdominikano.blogspot.com/)