quinta-feira, junho 12, 2008

ANGRA DOS REIS PODE SE ENVERGONHAR


Hernandez Quintanilha

Administrador de empresas e consultor

da Redação do Jornal A Palavra, de Angra dos Reis/RJ

Angra dos Reis tem muito do que se orgulhar, ao longo dos seus mais de quinhentos anos de vida. Nomes que brilham como estrelas fulgurantes na eternidade da História. Nomes que figuram e continuarão a figurar como referenciais na cultura, na política, na arte, na cultura cênica e plástica, na literatura, na construção deste país imenso, rico e poderoso, deste gigante que sequer começou a despertar e já suscita polêmicas e cobiças.

Lopes Trovão, Raul Pompéia, Padre Júlio Maria, Prof. Jair Travassos, Câmara Torres, Brasil dos Reis, Cônego Bitencourt, Honório Lima, Arthur Vargas, Cunhambebe, Alípio Mendes e tantos outros, para citar apenas alguns nomes brilhantes de heróis que já deixaram o nosso convívio mas que registraram suas obras e feitos extraordinários inscritos no grande livro da história desta jóia da Costa Verde.

Infelizmente, existem as antíteses. Isto é, nomes que pretendem, enquanto atuantes, permanecer na memória do povo, da cultura e da história mas que, lamentavelmente, participam de acontecimentos que apenas os deslustram e deslustram a terra em que viram a luz do dia pela primeira vez.

Sabemos que haverá muita gente que não concorda com nossa opinião. Para isso vivemos hoje, felizmente, numa democracia, onde as opiniões e idéias são livres e podem ser expressas livremente.

Estamos falando da malfadada CPI dos Cartões Corporativos que, em tão desastrada hora, foi aberta no Congresso Nacional. Depois de muitas denúncias, de apresentação pública de evidências de abusos com o dinheiro de todo um povo que luta desesperadamente para poder pagar os impostos que vão alimentar as mordomias e voracidade de umas centenas de políticos ambiciosos e inescrupulosos, em Brasília, nos estados e nos municípios, depois da amostragem pública de números e mais números vergonhosos que escandalizaram a nação, a preclara Assembléia, através da sua Comissão Parlamentar de Inquérito, chegou à terrível e brilhante conclusão de que, afinal, não aconteceu nada. Ou melhor, tudo o que aconteceu foi uma sucessão de equívocos. E quem tirou essa espantosa ilação? O seu relator. E quem foi ele? Desgraçadamente, o porta voz oficial dessa ultrajante conclusão foi um angrense, um deputado federal petista que deveria, com mais verticalidade, dar um exemplo mais digno dos grandes nomes do passado de sua terra. O nobre deputado federal Luiz Sérgio Nóbrega não é melhor nem pior que seus congêneres de Brasília. Unicamente, dessa vez, ele foi o escolhido (eleito?) para ser o relator, o porta voz final dessa palhaçada em que, (pasme-se, como todo o país se pasmou), mais uma vez, os chamados representantes do povo mergulharam (e como!) e em que até a chamada oposição deu uma forcinha.

Pois é. Me desculpem os leitores e amigos, especialmente os petistas angrenses - entre os quais temos muitos amigos e que mereciam, na minha modesta opinião, uma melhor representatividade – mas Luiz Sérgio foi a bola da vez em mais uma encenação grotesca daquilo em que vem se transformando a política brasileira. Costuma-se dizer que ninguém é perfeito. É verdade. Mas também se diz, com propriedade, que cada povo, cada grupo social, tem os líderes que merece em cada momento da sua história.

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