quarta-feira, abril 30, 2008

PSDB/Angra dos Reis: sede em "pé sujo"?!

Antônio Reis

Jornalista

Antes de mais nada, esclareça-se o título: não temos rigorosamente nada, nem preconceito, contra os botequins popularmente chamados de “pé sujo”. Aliás, somos assíduos freqüentadores de alguns deles, desde longa data, com total aprovação para a maioria. Fazem parte da cultura nacional, cumprem seu papel e sua função na hierarquia social de qualquer país do mundo. Vivam eles!

Numa das minhas últimas postagens neste espaço e sob o título “PSDB/Angra finge que existe e a gente finge que acredita”, escrevi sobre a piada de mau gosto em que se transformou, infelizmente, no município de Angra dos Reis, um dos partidos mais respeitados do país, desde há pouco mais de um ano até agora.

Estou me referindo, como o título já indica, ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Usurpado com a conivência de uma direção estadual conivente, inepta, cega ou coisa pior, rasgando e passando por cima dos regulamentos estatutários, o partido caiu nas mãos de um grupo de intenções obscuras – porque não foram, até agora, explicadas para ninguém, nem para os filiados – e continua mudo, cego, surdo e paralítico, sem dizer ao que está vindo, totalmente perdido na confusão política em que o município se transformou nas últimas semanas, especialmente depois da puxada de tapete no candidato apoiado por Fernando Jordão, líder até então majoritariamente respeitado e escutado pelos eleitores angrenses (salientando-se, claro, a incógnita, a ausência e o silêncio do PSDB).

No entanto, e como então referimos, o PSDB mantinha um escritório com um bonito display nas paredes externas, pintado de forma caprichosa, com o nome e as iniciais da sigla, o tucano símbolo e a pomposa informação de que, ali, era o Diretório Municipal do PSDB, apesar de nunca ninguém se encontrar lá, luzes apagadas, portas fechadas e nenhuma informação.

Por isso – além de outras razões - foi escrito neste espaço que o PSDB de Angra fingia que existia e a gente fingia que acreditava.. Muitos filiados, aliás, tinham a convicção de que o partido se preparava para, no momento mais oportuno, jogando sua ética para debaixo do tapete ou no esgoto aberto da parte mais sórdida da política angrense, tentar alguma negociata com o candidato melhor cotado na eleição municipal majoritária, no interesse gastronômico de algum ou alguns dirigentes, deixando todo um corpo bem intencionado de filiados com cara de otários – mais uma vez.

Ainda não se sabe de nada, porque ninguém falou, fosse o que fosse, publicamente ou para qualquer assembléia de filiados – nem por via postal direta...

O que se viu foi o inaudito...

Dia desses, um filiado, passando em frente ao citado Diretório Municipal do PSDB, perto do Mercado Municipal, reparou que havia luz acesa nas instalações e pensou: “Até que enfim! É hoje que eu vou saber como anda o meu partido”. E subiu a escada. Da porta, avistou um inusitado quadro: algumas mesas com publicidade de uma cervejeira, dois ou três freezers, alguns engradados de cerveja e meia dúzia de clientes sentados, conversando animadamente e tomando umas geladinhas, no pleno uso dos seus sacrossantos direitos cidadãos. O filiado dirigiu-se a quem pensou ser o responsável ali, e perguntou, ingenuamente: “Aqui não é o diretório do PSDB?” E veio a resposta: “Não. Até era para ser, mas nunca foi. Nunca funcionou aqui. Está funcionando no restaurante Tal, no Balneário”. Diante da cara de surpresa do filiado, foi acrescentando: “Bom, como o Mercado está sendo demolido, com as obras, os donos deste espaço passaram este local para o bar, temporariamente. Vai uma geladinha?”

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